sábado, 14 de fevereiro de 2009

Um casal Feliz.

 Maysa Matarazzo - Ouça


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A vida de Ana, não era uma vida de uma grande dama, dondoca. mas ela tinha grandes conquistas, depois de muitas brigas, um carro novo e aquele fogão que passava nos programas femininos de manhã, que logo ela acordava e assistia com a empregada que desde as 6 horas da madruga mantinha um histórico com a vassoura em riste, pronta para qualquer sujeira que insistisse.
Ana na verdade não tinha grandes ambições a não ser tratar o marido com felicidade, depois de um dia de muito estresse no trabalho, com o jantar pronto e um belo vestido de algodão, com um belo sorriso no rosto enquanto ele se desabafava do trabalho. Rubens trabalhava em um escritório de contabilidade, um excelente funcionário e por isso comandava toda a sessão, tratava com afinco as questões dos seus clientes e pessoalmente vistoriava todas as contas e repassava. De um auditor de uma empresa de fabricante de frisos para automóveis ganhou um belo cache por ajudar a desmascarar uma fraude milionária, naquela noite passou no restaurante do Tio Jonas e levou para esposa uma torta de chocolate, sem nem mesmo saber que chocolate a provocava um certo tipo de urticaria, ela aprovou o carinho do maridão, que estava feliz, e mais ele mesmo foi a loja de departamento e comprou um magnífico refrigerador novo, mesmo não sabendo que era o ar condicionado que havia pifado, mas no final das contas dá no mesmo, os dois servem pra resfriar.
Ana nunca tinha parado pra pensar se Rubens realmente a amava, pq mesmo errando em presentes sempre, Rubens a presenteava e isso era muito mais importante, para Ana o reconhecimento mesmo que com presente ou pela poupuda mesada que ganhava demonstrava seu carinho. Andava de um lado para com em um seriado dos anos 50, I love lucy, que Ana jamais tivera gosto em ver, mas ganhou um dvd assim que saiu na loja perto do escritório onde RUBENS trabalhara.
Filhos eles não tinham e nem curiosidade em ter, Ana sempre se negou a ter o sentimento materno e agora com trinta e tantos anos não queria prejudicar o casamento que era perfeito, com problemas escolares, e até mesmo de saúde, mesmo achando estranho Rubens nunca lhe cobrar um filho, afinal Rubens mal fala com ela. Os dois tinham grande química na cama, mas fora dela algo era redondo mas não se encaixava nesta bolha. mas mesmo assim era um casamento de verdade e sua mãe sempre ensinara: "- minha filha Ana, nunca cobre nada do seu marido, assim como ele não deve cobrar seu, são recíprocos e cada um deve respeitar o limite do outro, porém tudo sempre tem limite." - Sábias palavras de Dona Iracema. mas com o passar dos anos e muitas outras tortas de chocolate e mais um carro popular na garagem, Ana resolveu questionar Rubens sobre o amor:

- Por acaso você ainda me ama Rubens, tal e qual quando nós nos casamos.
- Ana porque me tomas? amo-te e bem mais hoje do que naquela época que passamos pelos campos magros e engolimos a Palo seco o pão de que o diabo Apertou.
- se me ama, porque não saímos para dançar? ou comer alguma coisa em um belo restaurante italiano, adoras massa.
- melhor a tua do que de todo Brasil, quiçá de toda a Itália, minha pequena.

Entediada com a vida que estava se tornando cinza e chata, Ana resolveu respirar um ar e chamou a irmã Lourdes para um encontro numa cafeteria na rua onde comprar seu vestido de noiva. Lá ela sentou-se e retirou os óculos do rosto, enquanto buscava resposta para entender um cachorro que cismava em correr atrás do seu pobre rabo, ela viu de longe a forte figura de Lourdes que abraçava e beijava o marido que lhe deixou na porta do café.

- O Marcelo me deixou aqui, estamos com um carro apenas e ele ainda tem que visitar um cliente na Eduardo Monteiro.
- ele te diz sempre que te ama?
- e me leva a restaurantes Italianos, me levou para dançar dia desses, junto estavam todos os seus amigos e até mesmo alguns clientes. ele me leva flores porque sabe que as amo, e sabe que maracujá me da urticarias então nem mesmo se levar maracujá no nome ele compra, criou-se um certo repugno a fruta tão tropical.
- ele te ama na cama e te abraça e te chama de meu bem?
- desde que casamos a quinze anos atrás.

sem dizer uma só palavra, Ana percebeu o tamanho da insensibilidade do marido, várias lágrimas correram de seus olhos enquanto ela deixou Lourdes lá e caminhava pela rua a procura de um porto seguro para se jogar e chorar, encontrou apenas na sua cama que era lugar quente de se recuperar.Ao mesmo tempo em que sentia raiva por ser tão desprezada pelo insensível marido, que pensava mais nele do que nela, ela botou a mão na consciência e viu que parecia uma mulher e uma esposa dedicada, mas nunca lhe tirou o paletó e muitas vezes ela deixava ele aos mingos e ia passar roupas e lavar o chão da casa de Dona Iracema, ele ali parado lendo qualquer coisa e ela rindo alto na casa da frente que era da sua mãe, estava cansada ao lado de Rubens não ser ninguém, mas Rubens estava ainda mais cansado de fora da sua casa não ser ninguém para Ana.

Então quando ele chegou e não havia comida pronta, nem o cheiro da cebola queimando estava no ar, pensou que acontecera algo, e correu para o quarto ver se algo tinha acontecido. Mas encontrou Ana chorando na cama, eles se abraçaram e ela disse que jamais seria tão desonesta com a sensibilidade de Rubens, que pelo segundo não entendeu metade da missa rezada. naquela mesma noite fizeram amor, mas quando pela manhã o relógio dava a hora de Rubens acordar, ele permanecia imóvel e não se mexia, Ana bem que tentou tocar-lhe para acordar-lhe, mas sentiu seu rosto gelado.

- esse ar condidionado passou da hora de trocar, está geando no quarto.

escovou seus dentes e tomou um belo banho, passando um creme de rosas depois, e mesmo assim Rubens permanecia imóvel, ela então fez sua oração a Santa rita de Cássia, e prometeu a santa que seria muito dedicada a vida do lar, e que a partir de hoje seria mesmo um filme de conto de fadas, mas apenas a parte do final feliz. mais de meia hora com a vela acesa na pequena antesala do quarto, e quando ela tenta por muito acordar Rubens, vê que el está sem repirar desesperada ela não se conforma de Rubens morrer e ela não reconhecer o verdadeiro marido que ela tinha em casa. Nunca havia prestado atenção em nada do que ele sempre dissera quando jantava, nunca lhe tirou os sapatos e preparou um bom banho com sais, e nem nunca lustrou-lhe as peças de prata que havia no tabuleiro de xadrez, e que Rubens tinha um enorme ciúmes. daquele momento em diante, percebeu que nunca fora a mulher que Rubens conheceu ao namorar, aquela linda pequena que respeitava horários, que se perfumava, e que nunca deixou os cabelos desarrumados, Rubens certa vez tentou puxar pensando ser uma peruca tamanha perfeição do penteado. Aquelas coisas cgostosas que só uma namorada lhe fizera, nunca mais lhe chamou de princepe, e nunca mais lhe acariciou os cabelos, que antes grossos e volumosos, hoje quase ralos pouco para não dizer careca. Decidiu então que o melhor a fazer era encontrar com Rubens em outra vida e tentar corrigir os erros, porque Rubens sempre fora o mesmo, um amante tímido, mas com o grande coração que sempre tivera e o matara de infarte. As vezes rubens contava-lhe no meio da história de trabalho alguns capítulos da novela, juntos a alguns poemas e Ana nunca percebera, falava de quando se conheceram e falava até mesmo do seu time. Dava presentes errados para ver se assim Ana tivera um pouco de ação e lhe falasse algo que não precisar de dinheiro para as contas, e então decidiu que Ana não lhe amava mais e passou a trabalhar mais e ficar menos tempo em casa, assim como um homem tremendamente apaixonado ele entendeu mas era apaixonado demais para se afastar de Ana, e então de desgosto e com o estresse acabou cedendo as pressões de um falho coração, nunca fora feliz no casamento, nem Ana e nem mesmo Rubens que morreu pelo menos sentindo prazer na carne, coisa que não sentira há muito tempo.

E enbtão com um canivete que ficava guardado junto ao criado mudo de Rubens ela cortou a carótida e pensou que encontraria ele em outro plano. Mal sabia ela que ele arrumou em outra uma felicidade que não tinha conseguido encontrar no casamento, e que quando a polícia retirou os corpos da bela casa de dois andares no jardim europa, com uma bela sacada e uma piscina oval, entrou lá Cristina com seus três filhos, ela que esperava a anos acupar aquele lugar, revelou-se ter os unicos herdeiros de Rubens, filhos de uma relação extra-conjugal nmas que trazia um certo contentamento a ele, após um dia de trabalho passava na casa de sua comcubina e brincava com os filhos, enquanto Cristina lhe tirava os sapatos e massageava os pés, fazia-lhe massagem também nos ombros e com seu cabelo perfeito arrancava-lhe beijos cinematográficos e ele se relaizava dessa maneira, quando chegva em casa sentia a nuvem nbegra lhe acompanhar, então no testamento assinado pelo amigo advogado Rodrigues deixou tudo e mais um pouco para Cristinba com os três filhos: Edvaldo, Gabriela e Rubens Jr.
fazendo então valer a sua felicidade. e Muito mais a de Cristina, que pode enfim usar aqueles vestidos caros que Ana deixou em seu guarda roupa, e também deixando a casa pobre para um belo casaram, e uma deliciosa aposentadoria.

Vitor a lá Nelson Rodrigues.

Um comentário:

  1. nossa que história triste e lindaaaa!!!
    que todos possamos refletir estas palavras e nos abrirmos mais uns com os outros!!!

    vc é uma homem maravilhoso e romântico!
    lindo!
    beijus!

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